1. O dia e o mês

A Igreja nunca disse que Jesus nasceu no dia 25 de dezembro.

Ninguém sabe a data exata que Jesus Nasceu.

No início, o nascimento de Jesus era festejado em 6 de janeiro, especialmente no Oriente, com o nome de Epifania, ou seja, manifestação. Os cristãos comemoravam o natalício de Jesus junto com a chegada dos reis magos, mas sabiam que nessa data o Cristo já havia nascido havia alguns dias. Isso porque a data exata é um dado que não existe no Evangelho, que indica com precisão apenas o lugar do acontecimento, a cidade de Belém, na Palestina. Assim, aquele dia da Epifania também era o mais provável em conformidade com os acontecimentos bíblicos e por razões tradicionais do povo cristão dos primeiros tempos.

Entretanto, antes de Cristo, em Roma, a partir do imperador Júlio César, o 25 de dezembro era destinado aos pagãos para as comemorações do solstício de inverno, o "dia do sol invencível", como atestam antigos documentos. Era uma festa tradicional para celebrar o nascimento do Sol após a noite mais longa do ano no hemisfério Norte. Para eles, o sol era o deus do tempo e o seu nascimento nesse dia significava ter vencido a deusa das trevas, que era a noite.

Era, também, um dia de descanso para os escravos, quando os senhores se sentavam às mesas com eles e lhes davam presentes. Tudo para agradar o deus sol.

No século IV da era cristã, com a conversão do imperador Constantino, a celebração da vitória do sol sobre as trevas não fazia sentido. O único acontecimento importante que merecia ser recordado como a maior festividade era o nascimento do Filho de Deus, cerne da nossa redenção. Mas os cristãos já vinham, ao longo dos anos, aproveitando o dia da festa do "sol invencível" para celebrar o nascimento do único e verdadeiro sol dos cristãos: Jesus Cristo. De tal modo que, em 354, o papa Libério decretou, por lei eclesiástica, a data de 25 de dezembro como o Natal de Jesus Cristo.

A transferência da celebração motivou duas festas distintas para o povo cristão, a do nascimento de Jesus e a da Epifania. Com a mudança, veio, também, a tradição de presentear as crianças no Natal cristão, uma alusão às oferendas dos reis magos ao Menino Jesus na gruta de Belém. Aos poucos, o Oriente passou a comemorar o Natal também em 25 de dezembro.

2. O ano

O ano do nascimento de Jesus foi calculado pela primeira vez por Dionísio, o Pequeno, no ano de 525 d.C. Este cálculo é de aproximação e não real.

Assim, o ano que Dionísio fez o seu cálculo passou a ser considerado como 525 d.C, e o ano do nascimento de Jesus o ano 1 d.C.

O Evangelho diz que Jesus nasceu na cidade de Belém da Judeia, na época do rei Herodes (Mateus 2,1). Herodes queria matar o menino Jesus. Por isso, "José levantou-se, de noite, com o menino e a mãe, e retirou-se para o Egito e lá ficou até à morte de Herodes" (Mateus 2, 14-15). Quando Herodes morreu, o anjo do Senhor apareceu em sonho a José, no Egito, e lhe disse: “Levanta-te, toma o menino e sua mãe, e volta para a terra de Israel; pois já morreram aqueles que queriam matar o menino” (Mateus 2, 19-20).

Mais recentemente, alguns historiadores descobriram que Herodes, o Grande, morreu 4 anos antes da data calculada para o nascimento de Cristo.

Assim, percebemos hoje que o cálculo de Dionísio está provavelmente errado em 4 ou 5 anos. Por isto, a Igreja não tem certeza sobre o ano exato do nascimento de Jesus.

Contudo, atualmente, a maior parte dos estudiosos assume que Jesus deve ter nascido entre os anos 6 e 4 a.C.