A existência de Deus pode ser provada de cinco maneiras distintas.
[...]
2. A segunda é a que se deduz da causa eficiente. Não concebemos, nem é possível, que algo seja a causa eficiente de si mesmo, pois seria anterior a si mesmo, coisa impossível. Nas causas eficientes não é possível proceder infinitamente porque em todas as causas eficientes há ordem: a primeira é causa da intermediária; e esta, seja uma ou muitas, é causa da última. Posto que, se removida a causa, desaparece o efeito, se na ordem das causas eficientes não existir a primeira, não se daria tampouco nem a última nem a intermediária. Se nas causas eficientes levássemos até o infinito esse proceder, não existiria a primeira causa eficiente; em consequência não haveria efeito último nem causa intermediária; e isto é absolutamente falso. Portanto, é necessário admitir uma causa eficiente primeira. Todos a chamam de Deus.

Fonte:
AQUINO, Santo Tomas de. Suma de Teologia, Tomo I, 4ª ed. Madri: Biblioteca de Autores Cristianos, 2001, p. 112.