488. "Deus enviou o seu Filho" (GI 4, 4). Mas, para Lhe "formar um corpo" (Heb 10, 5), quis a livre cooperação duma criatura. Para isso, desde toda a eternidade, Deus escolheu, para ser a Mãe do seu Filho, uma filha de Israel, uma jovem judia de Nazaré, na Galileia, "virgem que era noiva de um homem da casa de David, chamado José. O nome da virgem era Maria" (Lc 1, 26-27).

489. Ao longo da Antiga Aliança, a missão de Maria foi preparada pela missão de santas mulheres. Logo no princípio, temos Eva; apesar da sua desobediência, ela recebe a promessa duma descendência que sairá vitoriosa do Maligno (Gn 3,15) e de vir a ser a mãe de todos os vivos (Gn 3, 20). Em virtude desta promessa, Sara concebe um filho, apesar da sua idade avançada ( Gn 18, 10-14; 21, 1-2). Contra toda a esperança humana, Deus escolheu o que era tido por incapaz e fraco (1 Cor 1, 27) para mostrar a sua fidelidade à promessa feita: Ana, a mãe de Samuel (1 Sm 1), Débora, Rute, Judite e Ester e muitas outras mulheres. Maria é a primeira entre os humildes e pobres do Senhor, que confiadamente esperam e recebem a salvação de Deus. Com ela, enfim, excelsa filha de Sião, passada a longa espera da promessa, cumprem-se os tempos e inaugura-se a nova economia da salvação.
[...]
494. Ao anúncio de que dará à luz "o Filho do Altíssimo", sem conhecer homem, pela virtude do Espírito Santo (Lc 1, 28-37), Maria respondeu pela "obediência da fé" (Rm 1, 5), certa de que a Deus nada é impossível: "Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra" (Lc 1, 38). Assim, dando o seu consentimento à palavra de Deus, Maria tornou-se Mãe de Jesus. E aceitando de todo o coração, sem que nenhum pecado a retivesse, a vontade divina da salvação, entregou-se totalmente à pessoa e à obra do seu Filho para servir, na dependência d'Ele e com Ele, pela graça de Deus, o mistério da redenção.

495. Chamada nos evangelhos "a Mãe de Jesus" (Jo 2, 1; 19, 25)(150), Maria é aclamada, sob o impulso do Espírito Santo e desde antes do nascimento do seu Filho, como "a Mãe do meu Senhor" (Lc 1, 43). Com efeito, Aquele que Ela concebeu como homem por obra do Espírito Santo, e que Se tornou verdadeiramente seu Filho segundo a carne, não é outro senão o Filho eterno do Pai, a segunda pessoa da Santíssima Trindade. A Igreja confessa que Maria é, verdadeiramente, Mãe de Deus.

Fonte: CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA