604. Entregando o seu Filho pelos nossos pecados, Deus manifesta que o seu plano sobre nós é um desígnio de amor benevolente, independente de qualquer mérito da nossa parte: "Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, foi Deus que nos amou a nós e enviou o seu Filho como vítima de propiciação pelos nossos pecados" (1 Jo 4, 10). "Deus prova assim o seu amor para connosco: Cristo morreu por nós quando ainda éramos pecadores" (Rm 5, 8).

605. Este amor é sem exclusão. Jesus lembrou-o ao terminar a parábola da ovelha perdida: "Assim, não é da vontade do meu Pai, que está nos céus, que se perca um só destes pequeninos" (Mt 18, 14). E afirma "dar a Sua vida em resgate pela multidão" (Mt 20, 28). Esta última expressão não é restritiva: simplesmente contrapõe o conjunto da humanidade à pessoa única do redentor, que Se entrega para a salvar (Rm 5, 18-19). No seguimento dos Apóstolos (2 Cor 5, 15: 1 Jo 2, 2), a Igreja ensina que Cristo morreu por todos os homens, sem exceção: Não há, não houve, nem haverá nenhum homem pelo qual Cristo não tenha sofrido.