O mal cresce e caminha na escuridão.

Poucos são os que o conhecem,
Poucos são os que o encontrarão.
A sombra que caminha entre vós
Se chama cisma, divisão!

Aquele que defende o ímpio e bate no justo
Não vê nem escuta.
O soberbo que se diz santo,
Na cegueira de seu orgulho,
É o primeiro que cairá na luta.

O ancião, que entende a Palavra, avisa.
O jovem sábio denuncia.
Ambos caem pela força
Do golpe daquele que instiga.

O que se diz livre se une
Ao que se diz sob o jugo das regras,
Pois ambos são atormentados
Pelo mesmo mal que surge das trevas.


O rebanho será dispersado.
O pastor ficará isolado.
Nem mesmo os mais fiéis serão,
Nesta destruição, poupados.

O coração do bom ficará confuso.
O coração do ímpio se regozijará.
A loucura do ouro tomará o seu espaço,
E o filho do erro livremente caminhará.

A tristeza e a fúria virão
Como nunca se ouviu dizer.
Desejarão a morte, desejarão não ver
Aquilo que esperavam acontecer.


O cajado está no chão.
A casa do rei vazia está.
Pois o Senhor da Verdade que ali morava
Não tem mais onde acampar.

Como o quarto vazio da sala de trás,
Assim está o coração do pai.
Por isso, segue o conselho de perversos
E já não sabe mais aonde vai.

Tudo isso será causa
Da ira daquele que julga
E os portões do Hades se abrirão,
Colocando almas santas em fuga.


Mas eu chamei pelo nome
Os filhos deste tempo.
Serão como farol na noite escura
E, para as almas, um alento.

Deverão se aliar com as milícias do Alto
E forjar suas almas sem medir o cansaço,
Pois serão estes as pedras daquele que lavra a montanha,
A força para a derrota daquele que engana.

A lua estará cheia
E nesta semana os olhos não deverão dormir,
Pois após a queda do mal,
Uma vigília deverá surgir.

Aqueles que foram chamados,
Os seus deverão convocar
Para, no tempo do escuro,
Seus filhos com eles vigiar.

Lágrimas falsas cairão
E o cortejo fúnebre esconderá a alegria dos presentes,
Mas esta alegria será transformada em luto maior
Se as sentinelas forem ausentes.

Quem bem leu as palavras desta profecia,
Já compreendeu
O mal que está por vir
E o mal que já aconteceu.


Preparado deves estar
Para as trevas que irão surgir
E sentinela forte deves te tornar
Para que outro mal pior não consiga vir.

A profecia escutada fará vir a paz,
A rejeição da mesma trará a desgraça
Daquele que não sabe o que faz.

Aquele que diz esta profecia
Sabe o que leu nos sinais.
Diz a verdade e espera que o irmão
Compreenda claro como a luz nos vitrais.


A luz chegará,
O mal será derrotado.
Os filhos deste tempo se perguntarão:
Afinal, não será este o nosso real mandato?


Desde quando a treva foi maior que a luz?
Não se deixe enganar
Pelo discurso daquele que seduz.

O tempo já chegou e começaram
Os tempos de dor e fúria.
Somente aquele que abriu os olhos
Passará pelo buraco da agulha.

O Senhor já preparou
A provação do nosso tempo
E as terras do sapato verão
A força da tempestade e do vento.

Mas a árvore que suporta o temporal
Se torna forte e invencível.
Aquele que ouviu a profecia e a compreendeu
Terá novamente o coração sensível.


E tu profeta, prepara a alma
Para o sofrimento e a dor.
Serás maltratado e perseguido
Porque dissestes tudo com fervor.

Depois de três tempos e um quarto de tempo,
Virá a tua paz.
Serás lembrado como profeta,
Ainda que alguns te vejam como mero rapaz.

Fecha o livro e descansa,
Aguarda firme na viva esperança
Daquele que te diz as palavras:
Não perde a confiança.

Amém, amém.


Padre Oliveira é um sacerdote brasileiro que mora no Rio Grande do Sul. Há anos, recebe de Deus visões místicas e revelações proféticas. O poema acima é sobre uma locução que teve de um anjo.