531. Durante a maior parte da sua vida, Jesus partilhou a condição da imensa maioria dos homens: uma vida quotidiana sem grandeza aparente, vida de trabalho manual, vida religiosa judaica sujeita à Lei de Deus (G1 4, 4), vida na comunidade. De todo este período, é-nos revelado que Jesus era "submisso" a seus pais (Lc 2, 51) e que "ia crescendo em sabedoria, em estatura e em graça, diante de Deus e dos homens" (Lc 2, 52).

532. A submissão de Jesus à sua Mãe e ao seu pai legal foi o cumprimento perfeito do quarto mandamento. É a imagem temporal da sua obediência filial ao Pai celeste. A submissão diária de Jesus a José e a Maria anunciava e antecipava a submissão de Quinta-Feira Santa: "Não se faça a minha vontade [...]" (Lc 22, 42). A obediência de Cristo, no quotidiano da vida oculta, inaugurava já a recuperação daquilo que a desobediência de Adão tinha destruído (Rm 5, 19).
[...]
534. O reencontro de Jesus no templo (Lc 2, 41-52) é o único acontecimento que quebra o silêncio dos evangelhos sobre os anos ocultos de Jesus. Nele, Jesus deixa entrever o mistério da sua consagração total à missão decorrente da sua filiação divina: "Não sabíeis que Eu tenho de estar na casa do meu Pai?". Maria e José "não compreenderam" esta palavra, mas acolheram-na na fé, e Maria "guardava no coração todas estas recordações", ao longo dos anos em que Jesus permaneceu oculto no silêncio duma vida normal.

Fonte: CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA